15/02/2012

O EROTISMO A NU - De "COPROFILIA" a "DIVÓRCIO"

COPROFILIA – Perversão que leva certas pessoas a excitar-se sexualmente, a amar e, em casos extremos, a comer, matérias fecais, ou a beber urina. Caso para dizer que, no sexo, há gostos e apetites para tudo! (v. Escatologia) 

CORNO – Cada um dos dois apêndices ósseos que aparecem na cabeça de certos animais. Na linguagem corrente, a palavra é, por vezes, pudicamente substituída por "chifre". No sentido que nos interessa, corno é um marido ou amante que é enganado pela sua parceira, a qual mantém relações com outro. Se ele sabe e não reage, dá-se-lhe o nome de "corno manso". Os Franceses traduzem o termo para a sua língua sob a pitoresca forma de “cocu”, personagem muito frequente no chamado “teatro de boulevard”.

CORTESÃ – A designação original referia-se a uma "dama da corte", mas o significado foi-se alterando, até passar a designar uma prostituta que atende pessoas de alta categoria social. Não deixa de ser prostituta, mas tem um nome mais fino – e ganha mais que as outras.

COUP DE FOUDRE – Tecnicamente, é uma descarga eléctrica, mas o sentido da expressão foi-se alterando, passando a designar uma paixão fulminante e repentina.

COURO – Ou coiro, é a pele de certos animais – mas também se designa com este nome uma mulher muito feia, ou uma prostituta velha. Se é excepcionalmente feia, chamam-lhe coirão. "Couro cabeludo"  tanto pode ser a “pele do crânio”, como uma “mulher feia e peluda”. Quando nos enganam e nos roubam tudo o que temos, diz-se que nos levaram "couro e cabelo".

CROMOSSOMA – Estrutura composta de ADN que participa na determinação do sexo do indivíduo.

CU – É o nome do orifício onde termina o intestino grosso – mas, por extensão, refere-se a tudo o que lhe está à volta: as “nádegas”, a “bunda”, o “traseiro”, ou o rabo, e muitas outras designações que são aplicadas a uma das partes mais fascinantes, mais evidentes e mais admiradas do corpo humano.

CUNNUILINCTUS – Prática de carícias buco-linguais nos órgãos sexuais femininos. Em linguagem popular, diz-se "minete". Considerada, durante muito tempo, como uma aberração, tornou-se uma variante mais ou menos aceite do sexo oral, praticada como alternativa, ou como prelúdio, do sexo mais convencional. A excitação provocada no clítoris e no orifício vaginal pode conduzir ao orgasmo. Não é prática exclusiva do género humano, pois muitos outros mamíferos a ela se dedicam. Para o homem, trata-se de excitar a sua parceira, excitando-se ao mesmo tempo. 


D

DANÇA – Conjunto ritmado de movimentos do corpo, acompanhados por música. Tal como acontece com certos animais, em que a união sexual é precedida por uma espécie de "dança ritual", em que o macho e a fêmea se vão preparando para se unirem, à medida que os movimentos os vão aproximando, também no género humano certas danças os levam a um estado que se aproxima da excitação sexual. Isso é particularmente evidente em danças de carácter erótico, como o tango. Em tempos mais pudicos, os dançarinos não se tocavam, a não ser brevemente, pelas pontas dos dedos. Mas os estilos de dança foram evoluindo e já vai longe a época em que a valsa era considerada uma modalidade muito ousada... Curiosamente, em algumas das danças mais modernas, os participantes voltam a não se tocar, evoluindo individualmente, bem afastados um do outro.

DATING – Termo da língua inglesa que significa "encontro", "namoro". Quando uma rapariga americana diz: “This aftenoon I have a date”, quer dizer que vai sair com um rapaz, provavelmente para comerem uns "hotdogs", beberem umas coca-colas e apalparem-se furiosamente (v. petting) no banco de trás do carro do papá.

DECOTE – Recorte na parte de cima do vestido, mais ou menos acentuado, conforme se pretende mostrar mais ou menos as mamas. A sua profundidade tem variado, conforme as eras e as modas. Em certas épocas e entre certos povos, as mulheres exibiam naturalmente os seios nus – como no Egipto antigo, em Creta e mesmo em Atenas e Roma. Durante séculos, as mulheres exibiram decotes que não deixavam nada à imaginação. Depois, em épocas e terras mais puritanas, os decotes desapareceram e os vestidos subiram até ao pescoço. Nos últimos tempos, porém, voltou a moda dos decotes vertiginosos, que deixam ver livremente as redondezas mamárias, para alegria dos voyeurs.

DEGENERADO – Nome aplicado ao indivíduo que apresenta hábitos ou gostos fora do normal – embora o conceito de "normalidade" seja muito difícil de definir com precisão, o que faz com que alguém, que é tido como degenerado por uma certa pessoa, ou em determinada época, possa ser um modelo a admirar e a seguir, por outra pessoa e numa época diferente.

DENTES – Concebidos naturalmente para ajudar a comer, os dentes sempre tiveram outras funções, não menos importantes, do ponto de vista erótico. Servem para trincar, para mordiscar e, acima de tudo, para exibir. Uma dentadura bonita é um importante atractivo sexual. Daí as preocupações, que muita gente tem, não apenas com a sua limpeza, mas, também, com o seu aspecto, mantendo os dentes brilhantes e alinhados, sem falhas nem cáries visíveis. Em certas épocas, chegou a ser considerado um símbolo, não apenas de status social, mas, também, de "charme", exibir um "dente de ouro".

DEPILAÇÃO – Acção de rapar os pêlos, considerados supérfluos, do corpo humano. Sempre foi, para além dos aspectos higiénicos, uma forma de o embelezar e tornar mais atraente. A depilação mais comum é a que os homens praticam, ao raparem a barba. As mulheres detestam mostrar pêlos nas pernas e, por isso, usam os mais variados produtos e técnicas (ceras, cremes, electro-depilação) para os destruírem. Também preferem eliminar os inestéticos pêlos do lábio superior, que as ameaçam, a algumas delas, de virem a exibir um farfalhudo bigode. A depilação das axilas, feita por grande parte das mulheres e alguns homens, evita parcialmente o desagradável cheiro a sovaquinho. Mas a depilação que se tornou moda, nos últimos tempos, é a que elimina, parcial ou totalmente, os pêlos púbicos. Não é fácil de fazer, nem barata, mas muita gente se sacrifica para deixar as suas partes genitais lisas e limpas. O requinte de algumas pessoas leva-as, porém, a deixarem pêlos suficientes para desenharem formas mais ou menos imaginosas – corações, setas, flores, borboletas – que são interessantes surpresas, reveladas a quem a elas tem acesso visual.

DESEJO – Sentimento que faz uma pessoa ser atraída para outra. Instinto, apetite, inclinação, pulsão. É diferente da vontade, porque é inconsciente. Dizia Sartre que “o desejo exprime-se pela carícia, como o pensamento se exprime pela linguagem”. Ter desejo por alguém significa, normalmente, querer fazer sexo com essa pessoa – mesmo que, numa fase inicial, isso esteja meio escondido e embrulhado em sentimentos da mais pura admiração e apreço.

DESFLORAÇÃO – Em sentido botânico, refere-se à queda prematura de flores. Em sentido sexual, refere-se à perda da virgindade. Em linguagem popular, diz-se, ao falar de alguém que foi desflorado, ou "desvirginado", que “lhe tiraram os três”, ou que “perdeu os três”. Este conceito de “perder os três” nunca foi bem explicado, mas a expressão continua a ser muito utilizada, mesmo sem se saber quem, ou quais, são os tais “três” perdidos.

DESVIO – Mudança, considerada anormal, de um determinado caminho. Tem um sentido parecido com o de degeneração, mas com menor gravidade. Assim, por exemplo, diz-se que “ela teve um desvio, andou para aí metida com outro, mas já voltou para casa do marido”. 

DIABO - Também conhecido por "Demónio", "Demo", "Satã", "Satanás", "Lúcifer", "Belzebu", "Chavelhudo", "Tinhoso", "Mafarrico", "Maligno", "Mefistófeles", "Pé-de-Cabra", "Tinhoso", "Génio do Mal", "Espírito das Trevas" e muitíssimos outros nomes, todos eles com sentido altamente pejorativo, representa tudo o que há de mau neste mundo. "Ter o Diabo no corpo" significa, do ponto de vista dos moralistas, estar sempre pronto (ou pronta) para os prazeres da carne. Claro que os não-moralistas são, todos, "levados do Diabo".

DIREITO DE PERNADA – Nos tempos medievais, o rei, o príncipe, o senhor das terras, exercia a primazia de ser ele a desflorar as mulheres que iam casar-se. Chamava-se a este direito ancestral "Jus primae noctis", e dava aos senhores o papel de “fecundadores sagrados”. Os maridos, coitados, só depois (por assim dizer “em segunda mão”) podiam exercer as suas funções matrimoniais.

DIVÓRCIO – Actualmente, é uma das cerimónias civis mais praticadas, aproximando-se o seu número, progressivamente, do número dos casamentos. Durante certas épocas, o divórcio foi mal visto pela sociedade; por isso, os casais, mesmo não se entendendo na sua vida comum, suportavam-se mutuamente, até ao fim das suas vidas, só para não melindrarem as respectivas famílias e os conhecidos. Nos tempos correntes, são tão frequentes as festas matrimoniais como as "festas de divórcio", e as "despedidas de casado" são tão vulgares como as "despedidas de solteiro"... 

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