29/04/2012

O EROTISMO A NU - De "UMBIGO" a "ZONA ERÓGENA" (FINAL)

U


UMBIGO – Cicatriz, no meio do abdómen, que é o resultado do corte do cordão umbilical, e que pode ser mais ou menos bonita, conforme a habilidade de quem fez essa corte. Há umbigos muito feios, que exigem uma correcção por cirurgia plástica – mas, na sua maioria, a sua forma é aceitável e até dá um certo encanto às barriguinhas... Em certas danças de origem africana, e também brasileiras, pratica-se a umbigada, isto é, o encosto dos umbigos, sugerindo outros encostos mais atrevidos, para depois da dança...

URETRA – Canal que sai da bexiga para o meato urinário. No homem, este canal interior do pénis serve para a saída da urina e, por uma curiosa poupança da Natureza, é também aproveitado para expelir o sémen. Na sua extremidade, tem o meato uretral, com a forma de uma pequena fenda vertical, que se abre apenas na altura da expulsão da urina ou do sémen. Já na mulher a uretra serve apenas para a micção, sendo um órgão muito curto, tendo a sua abertura formas muito variáveis.

URINA – Líquido segregado pelos rins, que depois passa, através dos ureteres, para a bexiga, de onde é expelido para o exterior, através da uretra. Do ponto de vista sexual, a urina exerce uma grande fascinação em algumas pessoas, que consideram a observação dos seus parceiros no acto de urinar como altamente erótico. Há mesmo quem aprecie ser inundado pela urina alheia, durante o encontro amoroso, naquilo a que chamam "chuva de prata".


V


VAGINA – Conjunto de órgãos que, nas mulheres, se estendem do útero até ao orifício externo do canal vaginal. A vagina é o órgão feminino da copulação e do parto. É protegida, exteriormente, pelos grandes lábios, que recobrem todo o conjunto constituído pelos pequenos lábios, o clítoris, abrigado pelo seu capuz, o meato urinário e o orifício da vagina propriamente dita, em que uma membrana, o hímen, é testemunho da virgindade da mulher, até ser rompida por penetração do pénis ou de qualquer objecto ali introduzido. Escondida entre as coxas, protegida e ornamentada com os pêlos púbicos, é a zona mais cobiçada do corpo feminino, sendo considerada como o mais importante troféu que o homem pode conquistar, na sua eterna batalha pela posse da mulher desejada.

VAIDADE – Valorização que se atribui às próprias qualidades, ou à própria aparência. Por tradição, costuma aplicar-se esta qualidade às mulheres, mas a verdade é que também os homens, ou uma boa parte deles, são vaidosos em relação ao seu aspecto físico e às suas qualidades, sejam estas de ordem intelectual, atlética ou sexual. O que acontece, por vezes, é que a realidade não corresponde à imagem que os vaidosos e as vaidosas têm de si próprios...

VAMP – Mulher que usa a sedução para atrair e explorar os homens. A designação vem da palavra "vampiro", no sentido de alguém que suga os outros... No cinema, a imagem da "mulher fatal", elegantíssima, sofisticada, pronta a usar os ingénuos que se apaixonavam por ela, e que eram abandonados friamente quando já nada mais tinham para dar, criou o retrato vivo da vamp, como ela ficou conhecida.

VEDETA – Artista principal de um espectáculo, ou jogador mais em evidência numa equipa desportiva. Vedetas de Cinema famosas, no seu tempo, foram Brigitte Bardot, Sofia Loren, Clark Gable, Marilyn Monroe, Paul Newman, etc. – e, mais recentemente, Harrison Ford, Angelina Jolie, Brad Pitt. Também na Música se criaram vedetas, como os Beatles, Madonna, Mariza e outros. E, no Futebol, desde Pelé a Eusébio, Figo, Cristiano Ronaldo, etc. As vedetas têm sempre os seus nomes em letras mais destacadas, nos cartazes, e os cheques com que lhes pagam são sempre mais generosos que os dos seus companheiros de segundo plano.

VENÉREO – A palavra vem do nome da deusa Vénus – mas também tem um sentido bem mais desagradável, quando se refere a assuntos sexuais. Uma doença venérea é uma doença sexual, como é o caso, por exemplo, da sífilis. Assim se prova que aquilo que pode ser muito bom, também pode ser, simultaneamente, muito mau... Daí a recomendação universal: use sempre a camisinha!...

VÉNUS – Filha de Júpiter, era a deusa da Beleza, em Roma, tal como Afrodite o fora na Grécia. Seu filho Cupido seria o deus do Amor – mas foi ela que se entregou a muitos amantes, mitológicos e humanos, como Marte e Vulcano, Anquises, que seria o pai de Eneias, Adónis, etc. Na Astrologia, Vénus é o mais radioso dos planetas. O seu culto levou inúmeros poetas a dedicar-lhe os seus versos, e artistas de todo o mundo a representá-la em pinturas e em estátuas magníficas de beleza. A Vénus de Milo, a Vénus Calipígia ("calipígia" quer dizer "que tem belas nádegas") e a Vénus de Cápua do Museu de Nápoles, bem como os quadros de pintores como Botticelli, Rafael, Ingres, Fragonard, Rubens, Velazquez e tantos outros, mostram como esta deusa sempre foi uma das mais admiradas, desde tempos remotos até hoje.

VERGA – Um dos variados nomes que se aplicam ao pénis. A sua forma e características modificam-se, segundo esteja em repouso ou em erecção. Em repouso, tem normalmente (em média) uns 10 centímetros de comprimentos e 9 de circunferência. Erecta, passa para cerca de 12 centímetros de circunferência e 15 de comprimento – mas estas medidas podem ser consideravelmente aumentadas, chegando a valores muito superiores, em certos casos que chegam a atingir a anormalidade, e que dependem do indivíduo e da raça: já foram medidas vergas com 34 centímetros! Sendo o órgão masculino por excelência, e aquele que representa a virilidade no seu aspecto mais visível, é também o mais susceptível de fracassar em ocasiões delicadas. A erecção, sendo essencial para a penetração (e é para isso que a verga existe), por vezes falha, por razões fisiológicas, psicológicas ou outras, impedindo a realização do acto e provocando uma frustração que é, por vezes, difícil de ultrapassar.

VIAGRA – Considerado um "remédio milagroso" para a impotência, talvez o mais importante dos últimos tempos, o "comprimido azul", desde que usado com critério, tem salvo muitas situações críticas, em que o homem ameaçava entrar em desespero, por não conseguir obter (ou manter) uma erecção satisfatória. A chamada "disfunção eréctil" aflige milhões de homens, é muito mais vulgar do que se pensa e tem finalmente, com o aparecimento do Viagra, a possibilidade de ser resolvida, na maioria dos casos – e, acima de tudo, de forma discreta, já que nenhum homem gosta de admitir que não consegue manter o seu pénis orgulhosamente duro durante o tempo suficiente para atingir o desejado orgasmo.

VIBRADOR – Também chamado consolador ou "consolo-de-viúva", entre outros nomes, uns mais pitorescos do que outros, o vibrador não é mais do que um pénis artificial, que pode incluir certas características como uma pilha que o faz vibrar e assim simular movimentos naturais. Também pode conter um depósito para líquido que imita o sémen. Existem no mercado modelos com diferentes cores e, até, com vários sabores, pelo que também pode ser usado para praticar sexo oral.

VIOLAÇÃO – Existem vários tipos de violação, como a "violação de fronteiras", a "violação do segredo profissional", a "violação dos direitos de autor", a "violação de correspondência" e outras – mas a violação sexual é aquela que mais directamente interfere com a vida das pessoas, com a sua intimidade e com a preservação de algo que constitui um valor, não só físico, mas também moral. Quando um homem viola uma mulher, isto é, quando pratica com ela um acto sexual contra a sua vontade, é maior o impacto psicológico que o físico envolvido nessa acção. O mesmo se passa quando um homem viola outro homem. O violador apresenta características de anormalidade evidentes, pois está a fazer algo em que não conta, nem com o consentimento nem com a participação interessada da pessoa violada – portanto, está a cometer um acto que só pode ser insatisfatório para ambos. Algo mais difícil de compreender e de concretizar é a violação de um homem por uma mulher, uma vez que, para que esta seja consumada, será necessário que ele tenha uma erecção, o que não parece nada  fácil, se ele não tiver realmente vontade de participar...

VIRGEM – Pessoa que nunca teve relações sexuais. No caso das mulheres, essa condição é comprovada pela existência do hímen, e chamam-se-lhes então "donzelas" ou "moças". No caso dos homens, não há nenhuma característica física que comprove tal condição. A virgindade foi e ainda é considerada um valor importantíssimo, em muitas regiões do mundo. Assim, uma moça deve apresentar-se casta, pura, inocente, perante o homem com quem se casa. Se tal não acontece, ele pode repudiá-la e exigir a devolução do dote que previamente terá pago. No entanto, em certas épocas e em certas civilizações arcaicas, acontecia precisamente o contrário. A desfloração devia ser feita por um "desflorador sagrado", geralmente disfarçado de sátiro, que praticava o acto, por vezes, com um instrumento perfurador. Esta tradição, que começou assim por ter carácter religioso, foi-se transformando no decorrer dos séculos – e, assim, os senhores feudais da Idade Média gozavam do famoso "direito de pernada", que lhes dava o privilégio de dormirem a primeira noite com as noivas dos seus vassalos. Deste modo, os pobres maridos (que não se podiam considerar enganados, porque se tratava de um "direito adquirido" dos seus senhores) não desfloravam as suas esposas, pois essa tarefa pertencia àquele que era uma espécie de "dono" de todos os seus servos e servas. Na ópera "As bodas de Fígaro", de Mozart, cuja acção se situa em Sevilha, por volta de 1785, o Conde de Almaviva ainda ameaça aplicar a Susana, a sua criada e noiva de Fígaro, esse ancestral direito, o que só não acontece graças às habilidades do esperto barbeiro.

VIRILIDADE – Qualidade do homem, da sua condição sexual de macho, como um ser forte, vigoroso, másculo, capaz de transmitir a vida. Um homem viril é um homem corajoso, firme, dominador. Durante séculos, estes foram considerados os atributos mais importantes para qualquer homem, que teria como função e destino dominar a mulher. Esses conceitos foram-se diluindo com o tempo, sendo por vezes contestados, à medida que as mulheres se foram impondo em todos os domínios, incluindo o sexual. Isto é, em palavras simples, pode dizer-se desta forma: dantes, na cama, mandava ele; agora, pode mandar ele ou ela – e, muitas vezes, manda ela. O que implica uma certa desvalorização da virilidade, como ela era encarada anteriormente.

VOLUPTUOSIDADE – O prazer supremo dos sentidos. Confunde-se com a luxúria, que até é apontada como um dos pecados mortais. Apesar disso, ou por isso mesmo, a voluptuosidade, ou volúpia, está presente nas acções humanas, duma forma natural, pois não há ninguém, salvo em casos patológicos, que não prefira o prazer ao sofrimento. Uma pessoa naturalmente voluptuosa "sente prazer em ter prazer" e goza todas as sensações de forma completa e apaixonada.

VOYEUR – Aquele que experimenta estímulos sexuais ao observar objectos ligados com a sexualidade, ou actos sexuais praticados por outros. Pode excitar-se, por exemplo, a observar fotos pornográficas, ou objectos sexuais. A observação de uma pessoa a despir-se é outro exemplo frequente do voyeurismo. Na língua inglesa, usa-se o nome de um tal Peeping Tom para simbolizar aquele que gosta de espreitar o que se passa na intimidade dos outros.

VOZ – É um dos mais importantes elementos de sedução, usado por homens e mulheres para conquistarem os seus parceiros sexuais. Os efeitos desejados são alcançados, naturalmente, através das palavras bonitas com que se compõem frases aliciantes – mas, também, usando o timbre vocal mais indicado e a intensidade apropriada, a rapidez nas frases ou, pelo contrário, a sua contenção, enfim, todo um conjunto de factores que contribuem para impressionar, convencer e seduzir a outra pessoa. Passando da "voz falada" para a "voz cantada", é evidente que alguém capaz de entoar uma canção à pessoa amada aumenta as hipóteses de a conquistar – como sempre aconteceu, desde a época dos trovadores até à dos cantores pop e rock da actualidade, que levam a paroxismos de entusiasmo o seu público. Em ambientes mais íntimos, um sussurro envolvente e bem modulado pode conduzir ao fim desejado...

VULVA – É o conjunto dos órgãos genitais externos da mulher. Inclui o monte de Vénus, os grandes lábios, os pequenos lábios ou ninfas, o clítoris com o seu capuz, a uretra e a vagina. Tem uma conotação muito ligada à maternidade, pelo que, na linguagem popular, é chamada habitualmente de "madre".

Y

YIN e YANG – Os dois termos correspondem respectivamente ao lado feminino (o lado da sombra) e ao lado masculino (o lado da luz), segundo a tabela tradicional das oposições na China antiga – tabela essa análoga, pela sua estrutura, à dos antigos pitagóricos da Grécia e da Itália do Sul. É curioso verificar que o Yin é apresentado em primeiro lugar na fórmula consagrada, ao passo que a hierarquia da família chinesa tradicional, como a da família grega antiga, estabelece a precedência do macho, ou seja, do Yang. Isto parece indicar que o patriarcado foi precedido por uma época de matriarcado. Na figura simbólica do Yin-Yang em preto e branco, os pontos, brancos no lado negro e negros no lado branco, marcam a interpenetração dos dois sexos, que são também os dois aspectos de todas as coisas.


Z

ZONA ERÓGENA – Cada uma das partes do corpo humano cuja excitação específica produz o prazer sexual. As zonas erógenas dos adultos são diferentes das zonas infantis. Estas são as primeiras a surgir e, entre elas, contam-se a zona oral (pelo acto de mamar), a zona anal (pelo acto da passagem das fezes), a uretra (pela micção). Por vezes, estas zonas erógenas mantêm a sua importância, para alguns indivíduos, na idade adulta. Todavia, o mais normal é que as zonas erógenas dos adultos se situem, para os homens, na zona genital (glande do pénis e imediações), na boca, no ânus e, por vezes, noutras partes do corpo – e, para as mulheres, principalmente no clítoris e na vagina, mas também nos seios, e em outras diversas partes do corpo, como zonas secundárias.
            Compete aos amantes descobrirem quais as zonas mais sensíveis do corpo dos seus parceiros, e actuar sobre elas, com dedicação e eficiência, de forma a partilharem o prazer sexual em toda a sua plenitude.       


FICA ASSIM TERMINADA A PUBLICAÇÃO DESTA OBRA, QUE FOI ESCRITA HÁ JÁ MUITO TEMPO, E QUE ANDOU POR AÍ, DE EDITOR EM EDITOR, SEM QUE NENHUM TIVESSE CORAGEM PARA PUBLICÁ-LA... DEPOIS DE TER PASSADO NA "GAVETA" O TEMPO QUE ACHEI SUFICIENTE, RESOLVI OFERECÊ-LA, AQUI, A QUEM A QUISESSE APRECIAR.

FALTAM AS ILUSTRAÇÕES DO ZÉ MANEL, ESSE DESENHADOR GENIAL QUE CHEGOU A ESBOÇAR A CAPA E ALGUMAS ILUSTRAÇÕES INICIAIS  -  AS ÚNICAS QUE SE FIZERAM, E QUE PUBLICO AQUI, COMO AMOSTRA DO QUE SERIA O TRABALHO COMPLETO, SE ALGUMA VEZ SAÍSSE SOB A FORMA DE LIVRO.

A CAPA
A FOLHA DE ROSTO
ABERTURA DE CAPÍTULO

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