26/11/2012

E SE O 25 DE ABRIL TIVESSE FALHADO? (15)


E lá fora? O que ia pelo Mundo, nesse ano de 1974 e nos seguintes, em comparação com o que "não ia" por cá...

Em 1974, e em contraste com a nossa tranquilidade interna, verificavam-se, lá por fora, muitos acontecimentos, uns bons, outras maus, porém nenhuma deles capaz de desviar a nossa sábia Governante do trilho que havia traçado para a sua governação. Não era muita a informação que nos chegava, desse imenso universo à nossa volta, dada a cuidadosa filtragem que lhe era aplicada – mas era bem melhor assim, para não sermos perturbados pelas desgraças desse mundo louco, em que se vive uma vida desregrada e frenética, em contraste com a nossa vida calma, tranquila e sem sobressaltos, tão bem retratada nessa lindíssima canção intitulada "Uma Casa Portuguesa", em que se fala da "alegria da pobreza", das nossas casinhas com "quatro paredes caiadas", onde se sente "um cheirinho a alecrim", e onde há "pão e vinho sobre a mesa", entre outras imagens bonitas que são o retrato vivo da nossa felicidade...

Sim, lá por esse mundo iam acontecendo coisas muito complicadas, como, por exemplo, as que constam desta impressionante lista de mudanças, a nível político, em diversos países do mundo:

Nos Estados Unidos da América, o presidente Nixon foi atingido, nesse ano de 1974, por uma grande escandaleira, o chamado Processo Watergate, do qual, para ser franco, nunca percebi lá muito bem o significado. O que é certo é que o presidente da mais poderosa nação do mundo foi vergonhosamente posto no olho da rua, sendo substituído pelo vice-presidente Gerald Ford, e os jornais trataram-no muito mal, chamando-lhe os piores nomes que se possam imaginar... Não me atrevo a fazer juízos de valor sobre este caso, em parte porque, como disse, não cheguei a entender o que provocou tanta confusão, mas porque também nós, cá no nosso país, acabávamos de pôr na rua um presidente, o Marcelo, de maneira que não podíamos estar aqui a dar bitaites sobre o que se passa noutras terras...

Mas não foi esta a única mudança, a nível de chefes de Estado ou de Governo, que se deu durante o ano de 1974. Vejam só a lista:

- Em Março, já Carlos Andrés Perez tinha substituído Rafael Caldera como Presidente da Venezuela.
- Na Colômbia, Alfonso Lopez Michelsen sucedeu como presidente a Misael Pastrana Borrero.
- Na Turquia, o primeiro-ministro Naim Talu foi substituído por Bullent Ecevit.
- Na Alemanha, Helmut Schmidt tornou-se o novo chanceler, e Walter Scheel sucedeu a Gustav Heinemann como Presidente.
- Ali ao lado, na Áustria, Rudolf Kirshlager sucedeu a Franz Jonas.
- Na Argentina, foi o general Juan Peron que cedeu generosamente o seu lugar à esposa, Isabelita Peron.
- Na Etiópia, depois de uma revolução que tinha começado já no princípio do ano, o Imperador Hailé Selassié foi deposto.
- Aqui ao nosso lado, em Espanha, houve um terrível incidente: o Presidente do Governo, Luís Carrero Blanco, foi morto num cruel atentado, sendo substituído por Carlos Arias Navarro...

E, para terminar o ano com más notícias, os marotos dos soviéticos conseguiram fazer pousar em Marte uma sonda espacial!.. Sem dúvida, um ano muito complicado – isto lá fora, porque cá dentro, na nossa Casa Portuguesa, vivíamos todos muito alegres... enfim, com a tal "alegria na pobreza" de que fala a cantiga...

Cá dentro, tínhamos a Dona Maria!

Para confirmar o que afirmo, basta referir a realização, no dia 28 de Setembro desse ano de 1974, de mais uma grandiosa manifestação de apoio ao nosso excelso Governo. Quem promoveu e organizou tal iniciativa? Nunca se soube ao certo. A sua realização deveu-se a uma misteriosa "Maioria Silenciosa", gente inteligente, patriota, mas discreta, que receava o reacender da chama revolucionária que quase nos tinha queimado, no 25 de Abril. A intenção da tal "Maioria Silenciosa" seria, então, mostrar que essa chama revolucionária, em vez de manter uma grandiosa fogueira de paixões, não passava de uma insignificante chamazita de isqueiro, prestes a ser apagada pelo sopro da lealdade devida a quem nos governava de forma tão notável...

Assim, a manifestação da "Maioria Silenciosa", em 28 de Setembro de 1974, ficou como um símbolo. Ninguém deu por ela, não foi vista nas ruas, não teve eco na Comunicação Social, houve mesmo quem dissesse que não chegou a existir – mas, por isso mesmo, foi uma manifestação importantíssima!



Os anos seguintes, e a inevitável comparação entre a continuação da nossa calma interior e a barafunda universal.

Os anos seguintes não foram muito diferentes deste ano de 1974, em que a Pátria tinha sido ameaçada, na noite de 24 para 25 de Abril, por essa terrível maquinação que tinha, felizmente, falhado os seus objectivos.

Assim, num breve apanhado do ano de 1975, e enquanto por cá se ia passando bem, como sempre, ouvíamos falar de problemas complicados no Estrangeiro, como estes que se relatam:

De Espanha, vinha a triste notícia do falecimento do Generalíssimo Franco, do qual se dizia, aliás de forma bastante desrespeitosa, que "já estava morto há que tempos, só que ninguém o tinha informado do facto"... Enfim, uma daquelas graças com pouca graça que os inimigos dos Regimes estáveis e patrióticos espalham, com a intenção de minar, através da laracha fácil, as bases dos sistemas.

Uma piada semelhante correra por cá, quando do trambolhão que sofrera, anos antes, o Senhor Professor Doutor António de Oliveira Salazar (insisto em continuar a tratá-lo sempre desta forma respeitosa). São formas de humor que não ficam bem entre pessoas decentes e patrióticas... Também aqui se dizia então que ele tinha praticamente "batido as botas" nesse dia – numa infeliz alusão às elegantes botas que Sua Excelência usava, quase se pode dizer, como uma "imagem de marca"...

Pouco tempo depois do falecimento do Generalíssimo Franco, era proclamada a Monarquia em Espanha, subindo ao trono Sua Majestade o Rei Juan Carlos, muito conhecido aqui no nosso país, porque passara a sua meninice no Estoril, frequentando o Tamariz e as casas apalaçadas das famílias finas da região, recebendo a mais esmerada educação e levantando fundadas esperanças de que levasse de cá os princípios aprendidos e vividos com o nosso admirável Estado Novo, aplicando-os no seu país, agora que era Rei.

Lá na distante Indochina, os malvados vietcongs tinham corrido com os americanos, que tiveram de regressar a casa com os helicópteros entre as pernas. O país foi rebaptizado com o esquisito nome comunista de Vietnam. A cidade de Saigão passou a ter o nome comunista de Ho-Chin-Min . Enfim, uma desgraça daquelas capazes de nos deixar com os olhos em bico, se me permitem a piada fácil...

Entre os acontecimentos mundiais, cujos ecos nos chegavam devidamente filtrados, talvez se possa citar a criação do primeiro computador doméstico, o Altair 8800, mas isso pouco interesse tinha para nós, pois essas modernices de computadores e coisas assim não interessavam absolutamente nada a um povo que sempre se tinha dado muito bem a fazer contas de cabeça.

Houve, no entanto, na nossa Amada Pátria, dois acontecimentos, de sentidos opostos, que tiveram importância e que é preciso referir.

O primeiro deu-se no dia 11 de Março de 1975. Houve, nesse dia, uma tentativa de golpe de Estado, levada a cabo pelos malandrecos que já tinham estado envolvidos no abortado golpe de 25 de Abril do ano anterior, e que entraram em conflito com adversários desse mesmo golpe. Devo dizer que, neste episódio, como noutros, eu não percebi lá muito bem o que realmente se passou... É que estas coisas da Política, das revoluções e outras barafundas, são cada vez mais complexas para o meu entendimento, de maneira que fico sempre sem apanhar o que realmente acontece... Só sei que, nesse dia, houve umas movimentações de tropas, uns aviões a sobrevoar a capital, umas reportagens esquisitas na televisão, que muita gente comparou à chamada "guerra do Solnado" (referência a uma engraçada paródia que este conhecido artista fazia à guerra verdadeira, e que nos fazia rir desabaladamente)... Parece que acabou tudo bem, embora a intenção dos comunistas, que estariam na origem da confusão, fosse a de nacionalizar os Bancos e meter na cadeia uma data de gente respeitável, para assim tomarem conta do País. Se era isso, nada conseguiram, porque o "11 de Março" foi um fiasco! Ouvi dizer que o General Spínola até teve de fugir de avião para Espanha, disfarçado com um bigode postiço e com o monóculo escondido no bolso – mas não posso garantir que isto tenha mesmo acontecido. Foi tudo muito confuso e eu cada vez entendo pior estas coisas, não sei o que se passa com a minha cabeça... Enfim, depois deste sobressalto, tudo voltou à calma do costume...

Depois, durante o Verão desse ano (que foi um Verão excepcionalmente quente, e não estou a falar só da temperatura ambiente...) viveu-se o chamado PREC – Processo Reaccionário Em Curso, caracterizado por uma certa agitação, nada saudável, que só a acção das Forças da Ordem conseguiu acalmar.

Mais tarde nesse ano, no dia 25 de Novembro, deu-se outro abanão nessa calma tradicional. Sabendo que os comunistas (sempre eles!) estavam outra vez a minar a tranquilidade do país, algumas tropas resolveram tomar uma atitude viril e arrumá-los de vez. Assim, os Comandos da Amadora, com o seu comandante Jaime Neves, juntamente com outras tropas, puseram-se ao lado de Vasco Lourenço e de Ramalho Eanes. Este coordenou todas as operações e assim se anulou a tentativa desses malvados para tomarem conta do país. Mas foi um dia muito complicado, segundo me constou...

Enfim, tirando estas excepções, o ano de 1975 passou-se, mesmo assim, com relativa normalidade, tal como os anos seguintes.

Isto porque tínhamos a Dona Maria!

Em 1976, enquanto em Portugal não se passava nada, lá por fora havia coisas que chocavam aqueles (poucos) que delas tinham conhecimento. A nível político, a Isabelita Peron acabaria por ser deposta por uma Junta Militar – mas isso era assunto lá da Argentina, a gente não tinha nada com isso, eles que depusessem quem lhes apetecesse...
No Uganda, um tal Idi Amin, um político com cara de boa pessoa, era eleito Presidente vitalício, o que devia ser um descanso para a respectiva população, que assim ficava liberta da chatice de ter de ir a eleições de vez em quando...
Aqui ao lado, em Espanha, Adolfo Suarez era eleito presidente do Governo.
Em Cuba, um barbudo muito feio, chamado Fidel de Castro, era nomeado (ou nomeava-se...) Chefe do Estado, esperando todos nós que ele não durasse muito tempo no lugar...
No que respeita às viagens espaciais, a nave Viking I explorava Marte – não sei para quê, com tanta terra para explorar aqui no nosso planetas – mas, enfim, essa gente lá de fora não sabe onde gastar o dinheiro!...
Na América, uma fofoca espalhada por mal-intencionados informava que um certo George W. Bush tinha sido preso e multado por conduzir sob o efeito do álcool... Coisa que nunca aconteceria no nosso país, onde uns copinhos a mais até ajudam a uma condução mais enérgica!

E eram estes os grandes acontecimentos de 1976, no mundo. Por cá... nada!

Por cá, tínhamos a Dona Maria.

No ano de 1977, os acontecimentos estrangeiros que nos chegaram foram a eleição de Jimmy Carter como 39º Presidente dos Estados Unidos da América, e o aparecimento do primeiro computador moderno, o Apple II. Qualquer destes eventos não teve nenhum efeito cá dentro: o Presidente americano tinha aspecto de boa pessoa, mas não nos ligava nenhuma; e o computador tinha aspecto de ser eficiente, mas a gente não lhe ligava nenhuma.

Em Portugal, não se passou nada. Bem, é claro que continuávamos a ter a Dona Maria...

Já em 1978 houve alguns temas que nos interessavam mais directamente. Calculem que um dirigente líbio, um tal Muammar Kadafi, se atreveu a sugerir que a Madeira devia ser independente de Portugal, sendo considerada como parte integrante da África! Não queria mais nada! O mais certo era o homem querer abichar para ele a valiosa produção de bananas daquela nossa linda ilha... Nem pensar! Levou logo a resposta merecida: Meta-se na sua vida, meta-se na sua tenda de beduíno e não se meta com as nossas ilhas adjacentes, que são muito nossas e nos fazem muita falta, pois é delas que vêm as flores mais bonitas, o bolo do caco... e o cançonetista Max, o genial intérprete de A Mula da Cooperativa!

Em Janeiro deste ano foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, utilíssima para defender bichinhos tão úteis como os gatos, os cães, os papagaios, as pulgas e outros, que fazem parte da nossa vida corrente e convivem connosco de forma tão solidária.

Em Roma é que houve um episódio muito triste: cerca de um mês depois de eleito, o Papa Albino Luciani, que adoptara o nome de João Paulo I e era conhecido como o "Papa Sorriso", por estar sempre a rir, morreu subitamente! Chegou a constar que tinha sido liquidado por haver quem não gostasse dele, mas isso deve ser boato mal intencionado, porque em nenhum país do mundo se liquida uma pessoa só por não se concordar com as suas ideias... (Enfim, pode acontecer, lá num ou noutro caso raro, como aqui se dizia que tinha acontecido com o General Humberto Delgado, mas isso são fofocas sem qualquer fundamento!)...  O que é certo é que, em substituição desse Papa, foi eleito o Cardeal Woitila, o que pareceu estranho a muita gente, por se tratar de um polaco, coisa rara em eleições papais... Toda a gente ficou na expectativa, a ver se esse novo Papa iria ser demasiadamente "práfrentex", o que poderia causar perturbações a nível mundial...

E outro ano se passou, sem que, em Portugal, se passasse nada...

Sim, continuávamos a ter a Dona Maria.

Em 1979, ouvimos dizer que ia desaparecer o chá... Perdão: o Xá... Falo do Xá da Pérsia, Reza Pahlevi, que teve de sair do seu país, corrido pelas forças tradicionalistas, comandadas pelo Ayatollah  Khomeini, que viria depois a tomar o poder. Sentimos bastante a falta de chá... perdão, do Xá, nesta ocasião complicada para aquele país, cujo nome foi mudado para Irão. Perguntávamos então, por graça: "Que irão eles fazer, agora, sem o seu chá... das cinco?"... Ai, estes Portugueses, para inventar boas piadas estão por aqui!...

Ali perto, no Iraque, era um tal Sadham Hussein quem tomava conta do país, com tudo o que ele tem de bom, especialmente muita areia e muito petróleo.

Enfim, eram acontecimentos que não nos diziam muito, por se passarem em países que ficam muito afastados, lá nesse Médio Oriente que só nos interessou há uns quinhentos anos, quando os Portugueses por lá andaram à busca do Preste João e das respectivas riquezas, as míticas fortunas que este possuiria, acumuladas em muitos anos de vida naquelas paragens (afinal não tinha riqueza nenhuma, ficou a saber-se que era um pobre borra-botas sem vintém; mas essa é outra história...). 

Já a notícia da nomeação da senhora Margaret Thatcher para Primeira-Ministra inglesa nos causou, além da natural admiração, uma pontinha de orgulho, visto que se tratava, sem qualquer dúvida, de uma imitação daquilo que se passara no nosso país, onde uma outra Senhora ocupava, desde 1974, tão Alto Posto!

Mas penso que talvez a notícia que mais nos tenha impressionado, neste ano, tenha sido a da morte do grande actor John Waine, que era a imagem viva do herói como nós o imaginamos: viril, corajoso, conservador, das direitas, respeitador da ordem e da lei – como devem ser todos os heróis e, por extensão, todos os Portugueses!

O ano de 1980 começou logo por uma grande desgraça que atingiu o país – mais especificamente o arquipélago dos Açores. No dia 1 de Janeiro, houve um grande terramoto, que atingiu as ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, sendo particularmente destruidor em Angra do Heroísmo, em grande parte da cidade. Os açorianos, embora já habituados a estes fenómenos naturais, sentiram que desta vez os tremeliques eram mais graves que o habitual. Mas, enquanto o país tremia nas Ilhas Adjacentes, o Regime mantinha-se firme no Continente! (Reparem bem na finura desta comparação!)...

Este ano foi, aliás, fértil em acontecimentos importantes. Por exemplo, no dia 7 de Março assistia-se à primeira transmissão de televisão a cores! Um evento de importância nacional, só possível graças à visão moderna do nosso Estado Novo, que assim permitia aos Portugueses ver as imagens coloridas que, no Brasil (por exemplo) já eram vistas há 10 anos, e noutros países muito antes... Mas o atraso neste tipo de emissões devia-se, naturalmente, ao cuidado que o Governo punha na saúde oftalmológica das populações, preservando-as, até esta data, da exposição a cores violentas, que pudessem prejudicar a acuidade visual do povo...

Uma aventura que deu bastante que falar foi o desvio, em Maio, de um Boeing 727 por um jovem, logo carinhosamente apelidado de "piratinha do ar". O assunto deu para entreter as pessoas durante vários dias, formando-se duas tendências: a daqueles que queriam ver o tal "piratinha"  atrás das grades, para não andar a brincar com coisas sérias, e a dos que louvavam o seu espírito de iniciativa, que fazia do rapaz um símbolo da capacidade de desenrascanço que, entre outros feitos notáveis, levara os Portugueses até à Índia...

Lá de fora, vinha uma ou outra notícia sem grande interesse – como, por exemplo, a de que um tal Robert Mugabe tinha sido eleito Presidente do Zimbabwe, a antiga Rodésia. Pensou-se que seria, como de costume, um simpático Presidente negro, para durar pouco tempo...

Em Outubro, veio lá do Brasil a notícia do falecimento do Caetano... Enfim, já que morreu, designemos pela última vez, mais formalmente, o antigo Presidente do Conselho de Ministros, Professor Doutor Marcello José das Neves Alves Caetano... Que descanse em paz.

Por cá, como de costume, tudo estava perfeitamente normal. Não se passava nada.

E continuávamos a ter a Dona Maria.

Chega então 1981, um ano que iria iniciar (quem o diria?) uma nova era na vida da nossa Bem Amada Pátria... Já vão ver porquê...

Logo em Janeiro, um antigo actor do cinema americano, intérprete de cowboyadas de segunda categoria, era eleito Presidente dos Estados Unidos da América. Tratava-se de um tal Ronald Reagan, a quem os europeus não davam grande crédito, exactamente por se lembrarem das fitas em que entrara, a fazer papéis secundários, revelando-se um razoável canastrão... Mais tarde, haviam de mudar de opinião, reconhecendo que este Presidente era muito menos parvo do que parecia à primeira vista – e mesmo à segunda...

Em Maio, toda a gente ficou impressionada quando soube do atentado que um árabe chamado Ali Agca cometera contra o Papa João Paulo II. Dizia-se mesmo: "Com tanta gente aí a merecer um tiro, como por exemplo os comunistas, logo se vai desperdiçar uma bala contra o Papa, que até parece ser tão boa pessoa!"... Felizmente, o Papa recuperou e ainda duraria muitos anos.

Mas a grande tragédia, essa caíu sobre nós, no dia 9 de Julho deste ano de 1981, quando tudo indicava que iríamos passar muitos e muitos anos de paz e tranquilidade!

CONTINUA NA QUINTA-FEIRA

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