01/03/2012

O EROTISMO A NU - De "ESPERMATOZÓIDES" a "FETICHISMO"

ESPERMATOZÓIDES – Células sexuais masculinas, que, ao juntarem-se aos óvulos, dão origem à vida. São tão pequenos que não se podem ver a olho nu, mas é deles que depende a concepção de um novo indivíduo. A sua vida não é fácil: em cada ejaculação podem produzir-se 200 milhões de espermatozóides, que têm uma longa e trabalhosa jornada a percorrer, até que apenas um atinja o óvulo e o fecunde. Mas, sem a existência e a persistência desse elemento microscópico, nenhum de nós existiria, neste momento, para tomar conhecimento destes factos.

ESQUENTAMENTO – É o nome vulgar que se dá à doença venérea chamada gonorreia ou blenorragia, caracterizada por um corrimento purulento, provocado por uma infecção. Este nome é tão popular como o foi, durante gerações, a doença a que ele se refere, e que era cuidadosamente escondida do conhecimento geral, por razões de ordem higiénica e social.  

ESTERILIDADE – Qualidade de quem não tem capacidade física para dar origem a novas vidas. Como é necessária a junção do espermatozóide com o óvulo para que isso aconteça, basta que um dos elementos do casal, o homem ou a mulher, seja estéril, para que não possa ter filhos naturais. A adopção é o recurso mais utilizado.

ESTERILIZAÇÃO – A esterilidade, ou infecundidade, pode ser causada por vários factores, físicos ou psicológicos, mas também pode ser alcançada por vontade própria. Para isso, é necessário fazer um certo tipo de operação. O homem, poderá, voluntariamente, fazer uma vasectomia; quanto à mulher, pode consegui-la através da laqueação das trompas. Mas é curioso verificar que, em grande parte destes casos, as pessoas que se dispõem a aceitar a esterilização acabam por arrepender-se, mais tarde, de terem tomado essa resolução drástica.

ESTIMULAÇÃO – Factor que desencadeia a actividade de uma zona sensível do corpo humano. Antes de qualquer acto amoroso, e para que este seja plenamente satisfatório, a estimulação, através dos mais variados meios, é muito importante e faz parte dos preliminares, sem os quais esse acto não terá graça alguma. A estimulação pode ser externa ou interna. Os estímulos físicos mais eficazes sobre as zonas erógenas são a fricção, a pressão, a sucção (acariciar essas zonas, esfregá-las, lambê-las). Mas a estimulação também pode ser alcançada por outros meios (fantasias voluptuosas, fotografias ou filmes, sonhos eróticos, etc.).

ESTROGÉNIOS – Hormonas esteróides que actuam no desenvolvimento das características sexuais femininas, contribuindo para a evolução do ciclo menstrual.

ESTUPRO – Atentado contra o pudor. Violação. É um nome muito feio para uma acção igualmente feia. Violar uma pessoa, isto é, praticar sexo contra a sua vontade, é uma estupidez, porque o próprio violador não retira desse acto a ínfima parte do prazer que sentiria num acto praticado de forma normal. Um desperdício, portanto, além de ser um crime.

EUGENISMO – Ciência que tem por objectivo estudar as condições para melhorar a reprodução da raça humana. Isto pode incluir muita coisa – desde o que acontecia na antiga Esparta, onde as pessoas se casavam nas idades consideradas mais favoráveis para terem filhos de qualidade – até às práticas de selecção racial da Alemanha no tempo do nazismo, quando se acreditava na superioridade da raça ariana e se eliminavam as raças consideradas inferiores. Em certas regiões do mundo e em certas épocas, as crianças fracas ou com defeitos físicos têm sido simplesmente eliminadas. Mas só a meio do século XIX, com a publicação da “Origem das Espécies”, de Charles Darwin, em 1859, e depois, em 1865, com as pesquisas do monge checo Gregor Mendel, o eugenismo começou a ter bases científicas. Estudos de Francis Gallon tentaram provar o papel da hereditariedade sobre o desenvolvimento da inteligência e da personalidade, as características ligadas ao génio e às capacidades excepcionais. Em certos países, o tema deu origem a normas legais, que resultaram na imposição da esterilização de indivíduos considerados abaixo dos parâmetros normais. As ligações do eugenismo ao racismo e aos sistemas de castas, bem como à segregação de doentes com enfermidades consideradas anti-sociais, são evidentes. Ora, aplicar às pessoas sistemas de selecção parecidos com os que se usam para melhorar o aspecto das orquídeas, não parece ser coisa muito aceitável...

EUNUCO – Homem castrado, que se empregava como guarda dos antigos haréns orientais. A palavra passou a designar todos os castrados – mesmo que não guardem qualquer harém, coisa que parece ter passado definitivamente de moda. Há quem empregue a designação eunuco por achá-la mais fina do que, por exemplo, "maricas".

EVA – A mulher de Adão e a mãe do género humano, segundo o “Génesis”. Símbolo universal que concentra em si a parte feminina da Humanidade, com todas as suas qualidades, todos os seus defeitos – mas, acima de tudo, com todo o seu encanto e mistério. Deve ser a figura mais repetidamente representada e citada na pintura, na escultura, na música, na literatura, na epistolografia, em todas as manifestações humanas conhecidas. Eva é a Mulher, a Amante, a Irmã, a Mãe, a Amiga, a metade a conquistar pelo Homem, para que o Amor torne o Mundo mais agradável.

EXCISÃO – Uma das práticas mais selvagens praticadas sobre as jovens, desde há mais de 5000 anos, o que lhe dá o estatuto de tradição muito antiga – mas não lhe concede justificação suficiente para dela retirar as características que tem, de acção bárbara e cruel. Consiste no corte do clítoris ou dos lábios vaginais, justificada por motivos religiosos e, alegadamente, para que as moças não possam ter orgasmos. Existe também a teoria de que se trata de uma manifestação de ciúme das mulheres mais velhas contra as jovens Seja como for, trata-se de uma operação desumana, feita habitualmente sem qualquer anestesia ou precaução sanitária, e que, muitas vezes, conduz à morte da pobre rapariga – ou, se ela sobrevive, à impossibilidade de gozar um dos maiores prazeres da vida.

EXCITAÇÃO – Estado de actividade acima do habitual, num órgão do corpo humano. A excitação sexual envolve uma certa tensão misturada com o princípio do prazer. Pode ser causada por uma estimulação, física ou psicológica, na antecipação do prazer sexual desejado. Quando, após a excitação, não se segue um orgasmo, a frustração daí resultante pode ser perigosa. A repressão, a inibição, relacionadas, por exemplo, com o "coito interrompido", dão origem a essa excitação frustrada, que terá como consequência um estado de angústia e outros problemas psicológicos graves. Conclusão: depois de se excitar, não se deve parar antes de consumar.  

EXIBICIONISMO – Obsessão mórbida, habitualmente manifestada, mais nos homens do que nas mulheres, através do acto de desnudar-se, total ou parcialmente, ou de exibir os órgãos sexuais, as chamadas “partes vergonhosas” do corpo, obtendo com isso prazer sexual. Nos homens, costuma concretizar-se, mais frequentemente, perante um público feminino jovem, pelo que os exibicionistas aparecem junto de escolas e colégios, esperando a saída das alunas para, de repente, abrirem a frente das gabardinas com que se tapam e assim assustarem as incautas rapariguinhas. A melhor coisa que as visadas podem fazer é não reagirem com ar de susto e, pelo contrário, desatarem a rir à gargalhada perante o “espectáculo”, ridicularizando o exibicionista, que, desta forma, ficará completamente desiludido e bastante confuso.
            Nas mulheres, o exibicionismo manifesta-se através do gosto de se vestirem e de se maquilharem, por vezes exageradamente, de forma ostensiva e vaidosa.
Nos dois sexos, o exibicionismo pode sublimar-se no chamado “complexo espectacular”. Quer isto dizer que a tendência para as Artes do Espectáculo contém, em si mesma, uma dose muito importante de exibicionismo, embora, normalmente, sem chegar aos exageros que fazem parte do exibicionismo de carácter sexual.

EXOGAMIA – União proibida entre pessoas não consanguíneas. Interdição de os membros de uma mesma família terem relações sexuais entre si. Esta regra tornou-se particularmente importante ao verificar-se que, dos casamentos entre familiares muito próximos, ou das uniões incestuosas, nascem por vezes crianças com malformações ou com deficiências físicas ou mentais. Foi por isso que, na Europa, houve tantos reis e príncipes meio tontos, ou mesmo completamente loucos: era o resultado dos casamentos cruzados entre famílias próximas.

ÊXTASE – Estado mental caracterizado por uma contemplação profunda, deixando a pessoa fora da realidade, como se tivesse passado para outro mundo. Volúpia íntima que absorve todo e qualquer outro sentimento, deixando o indivíduo aparvalhado. No êxtase, as funções intelectuais são desviadas e o mundo exterior como que desaparece. Em casos extremos de êxtase provocado, ou direccionado para figuras ou cenas sexualmente significativas, o indivíduo pode chegar involuntariamente ao orgasmo.


F

FALO – Termo usado, desde a Antiguidade, para designar o membro viril, considerado símbolo de fecundidade. Era, desde tempos remotos, objecto de adoração, como se comprova através de inúmeras esculturas, pinturas e outras obras de arte, tais como obeliscos no Egipto, monólitos na Córsega, torres na Irlanda, incontáveis representações na Macedónia, na Índia, na Polinésia, etc. As pinturas de Pompeia, embora representando um universo que tinha conhecido o seu esplendor cinco séculos antes, dão uma ideia dos rituais orgíacos, das festas dionisíacas, das bacanais, em que o sexo era uma componente dominante e em que aparecem falos por toda a parte – mesmo nas partes mais improváveis... São inúmeras as designações alternativas que se podem aplicar ao falo: pénis, pene, membro, pau, tora, cacete, moca, porra, vara, pila, picha, pichota – além de nomes tão carinhosos e tão íntimos como “zèzinho”, “minhoca”, “pirilau”, etc.

FANTASIA – Uma das componentes mais importantes do prazer sexual. Por vezes, a fantasia sobrepõe-se à realidade, no sentido em que a pessoa imagina certas situações, certas relações e, até, certas posições, que lhe proporcionam um acréscimo de prazer erótico. É vulgar, por exemplo, um jovem imaginar-se a beijar uma bonita rapariga que mal conhece, ou uma estrela de cinema; tal como pode acontecer a uma mulher, casada com um homem que detesta, suportar que este a possua enquanto ela pensa como seria bom ter ali, não o esposo, mas aquele operário robusto que trabalha na obra ao lado... Outras fantasias frequentes são as que levam as pessoas a imaginar-se protagonistas de cenas ousadas, como grandes bacanais, trocas de casais, amores homossexuais, sexo com dois, três ou mais parceiros, sexo com animais, etc.

FAUNO – Divindade mítica dos Gregos, com patas de bode, que habitava nos bosques e tinha fama de possuir grande potência sexual, praticada sobre as ninfas, suas companheiras nesses locais misteriosos onde viviam.

FECUNDAÇÃO – Acto de fecundar, ou seja, de juntar o espermatozóide ao óvulo, para assim nascer um novo ser. Um dos maiores mistérios da Natureza é o facto singular de esse acto dar tão grande prazer a quem o pratica, a tal ponto que muita gente esquece (ou faz por esquecer) que a fecundação é, afinal, um factor de conservação da espécie, e considera-o um acto destinado exclusivamente a dar-lhe gozo. Os puritanos não aceitam esta maneira de pensar e de agir, preconizando que a fecundação deve ser exclusivamente destinada a procriar. Pelo contrário, os sibaritas defendem que o prazer deve estar acima de tudo. E, por isso, têm, incontestavelmente, muito maior popularidade que os outros...

FELLATIO – Ou felação, é uma prática sexual muito frequente, uma das variantes do sexo oral (outra modalidade deste tipo de sexo é o cunnilinctus, que é, por assim dizer, o seu contraponto). No fellatio, o pénis é introduzido, para ser lambido e sugado, na boca de outra pessoa que, assim, dá prazer ao seu parceiro – e pode, igualmente, ter prazer. Praticado desde a Antiguidade mais remota, podem encontrar-se representações do acto em inúmeras esculturas, pinturas, decoração de objectos comuns, etc., em velhas civilizações europeias, asiáticas, americanas ou africanas. Pode ser usado como preliminar para o sexo mais convencional, ou como substituto desse tipo de relações. E os casais heterossexuais praticam-no tanto como os homossexuais. Considerado uma perversão pelos mais puritanos, a verdade é que se tornou um acto alternativo ao coito, para quem, por exemplo, deseja preservar a virgindade. Em linguagem popular, chama-se broche ou mamada.  

FETICHISMO – Tem a ver com fenómenos de idolatria e de subserviência perante certas partes do corpo, ou certos objectos. Assim, cada fetichista pode dedicar toda a sua atenção, por exemplo, aos cabelos, aos seios, às pernas ou aos pés (seus, ou do parceiro ou parceira). Ou então, fixar o seu interesse nos sapatos, nas jóias ou na roupa íntima do ser amado. Não há, praticamente, nenhuma parte do corpo, nem nenhum objecto relacionado com a pessoa adorada, que não possa constituir um fetiche. É muito vulgar este tipo de adoração conduzir à masturbação.

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