03/10/2012

O PORTUGUÊS PITORESCO - Cap. 17 - PROVÉRBIOS (Cont.)

Na casa onde há dinheiro, deve haver um só caixeiro. 
Na prisão e no hospital vês quem te quer bem
    e quem te quer mal. 
Na terra onde fores viver, faz como vires fazer. 
Não deites pérolas a porcos. 
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje. 
Não há ano afinal que não tenha o seu Natal. 
Não há carne sem osso nem fruta sem caroço. 
Não há fumo sem fogo. 
Não há melhor amigo do que Julho com seu trigo. 
Não há rosas sem espinhos. 
Não há sábado sem sol, nem domingo sem missa,
     nem segunda sem preguiça. 
Não peças sol a S. João nem água a S. Simão
     que eles tudo isso te darão. 
Não peças um fardo ligeiro, pede umas costas fortes. 
Não se deve trocar o certo pelo incerto. 
Não te baixes por pobreza nem te levantes por riqueza. 
Não tenhas mais olhos que barriga. 
Natal à 2ª feira, lavrador larga a eira. 
Natal à 6ª, guarda o arado e vende os bois. 
Natal ao sol, Páscoa ao fogo, fazem o ano formoso. 
Natal em casa, junto à brasa. 
Natal na praça, Páscoa em casa. 
Nem boda sem canto, nem morte sem pranto. 
Nem só de pão vive o homem. 
Nem tudo o que luz é ouro. 
Nem tudo o que vem à rede é peixe. 
Ninguém é profeta na sua terra. 
Ninguém prometa aquilo que não tem. 
No dia de Natal têm os dias bico de pardal. 
No dia de S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho. 
No dia de S. Martinho, há fogueiras, castanhas e vinho. 
No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho. 
No dia de S. Silvestre, não comas bacalhau que é peste. 
No dia de Santo André, vai à esquina e traz o porco pelo pé. 
No fim de Abril, ninguém me gabe madressilvas
     nem desfolhe malmequeres. 
No meio é que está a virtude. 
No melhor pano cai a nódoa. 
No Natal semeia o teu alhal se o quiseres cabeçudo
     pelo Entrudo. 
No poupar é que está o ganho. 
Nunca digas "desta água não beberei". 
Nunca olhes com desprezo os pequenos quando estiveres a
     subir; podes encontrá-los no caminho quando estiveres a
     descer. 

O abuso não destrói o uso. 
O amor é como a lua, quando não cresce, mingua. 
O fim justifica os meios. 
O fruto proibido é o mais apetecido. 
O hábito não faz o monge. 
O homem põe e Deus dispõe. 
O ignorante a todos repreende e fala mais do que menos
     entende. 
O preguiçoso é sempre pobre. 
O que arde cura, o que aperta segura. 
O que não mata engorda. 
O que o berço dá, a cova leva. 
O que os olhos não vêem, o coração não sente. 
O saber não ocupa lugar. 
O segredo é a alma do negócio. 
O segredo melhor guardado é o que a ninguém é revelado. 
O seguro morreu de velho. 
O sol quando nasce é para todos. 
O travesseiro é bom conselheiro. 
Olho por olho e o mundo acaba cego. 
Olho por olho, dente por dente. 
Oliveira a do meu avô, figueira a do meu pai, vinha a que eu
      puser. 
Os cães ladram e a caravana passa. 
Os homens bons não dizem a verdade. 
Os homens não se medem aos palmos. 
Os pesadelos são as insónias de quem consegue dormir. 
Outubro quente traz o diabo no ventre. 

Palavra a propósito e sensata é de ouro gravada a prata. 
Para grandes males, grandes remédios. 
Para lá do Marão, mandam os que lá estão. 
Para o ano de S. Cerejo, que é tarde e nunca o vejo. 
Para que o ano não vá mal, os rios enchem 3 vezes
     entre S. Mateus e o Natal. 
Pássaros do mar em terra, sinal de vendaval. 
Patrão fora, dia santo na loja. 
Pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. 
Pela aragem se conhece quem vai na carruagem. 
Pela boca morre o peixe. 
Pela garra se conhece o leão. 
Pela palha se conhece a espiga. 
Pelo dedo se conhece o gigante. 
Pelo Natal se houver luar, senta-te ao lar; se houver
     escuro, semeia tudo. 
Pelo Natal, cada ovelha no seu curral. 
Pelo Natal, neve no monte, água na ponte. 
Pelo Natal, sachar o faval. 
Pelo Natal, tenha o alho bico de pardal. 
Perdido por cem, perdido por mil. 
Por cima de melão, vinho de tostão. 
Por São Clemente, alça a mão da semente. 
Presunção e água benta, cada um toma a que quer. 

Quando a esmola é grande o pobre desconfia. 
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz. 
Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado
     nem bom lameiro. 
Quando o Natal tem o seu pinhão, a Páscoa tem o seu tição. 
Quando um burro fala, o outro baixa as orelhas. 
Quanto maior é a nau, maior a tormenta. 
Quanto mais alto se sobe, maior é a queda. 
Quanto mais juras, mais mentes. 
Quanto mais me bates, mais gosto de ti. 
Quanto mais se dorme, menos se aprende. 
Quanto mais se tem, mais se quer. 
Que a mão direita não saiba da esmola que a esquerda deu. 
Quem ama o feio, bonito lhe parece. 
Quem cabritos não vende e cabras não tem, de algum lado
      lhe vem. 
Quem cala consente. 
Quem canta seus males espanta; quem chora mais os
      aumenta. 
Quem casa, quer casa. 
Quem cega pela ira, procede tal e qual como um demente. 
Quem com ferro fere, com ferro será ferido. 
Quem com ferro mata, com ferro morre. 
Quem conta com panela alheia arrisca-se a ficar sem ceia. 
Quem conta um conto, acrescenta um ponto. 
Quem dá e volta a tirar, ao Inferno vai parar. 
Quem desdenha quer comprar. 
Quem é de bom contentar, menos tem de chorar. 
Quem é temido por muitos, teme muitos. 
Quem espera desespera. 
Quem espera por sapatos de defunto, toda a vida anda
      descalço. 
Quem espera sempre alcança. 
Quem julga com pressa, depressa se arrepende. 
Quem mais alto subir, de mais alto vai cair. 
Quem muito fala, pouco acerta. 
Quem nada não se afoga. 
Quem não arrisca, não petisca. 
Quem não chora, não mama. 
Quem não deve, não teme. 
Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele. 
Quem não se sente não é filho de boa gente. 
Quem não tem cão caça com gato. 
Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu. 
Quem não trabuca, não manduca. 
Quem o pão da mentira saboreia, a boca sabe-lhe a areia. 
Quem paga o que deve, sabe o que lhe fica. 
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte,
     ou é tolo ou não tem arte. 
Quem quer bom ervilhal semeia antes do Natal. 
Quem quer ensinar, precisa de saber. 
Quem sai aos seus não degenera. 
Quem se deita se ceia, toda a noite rabeia. 
Quem se mete em atalhos, mete-se em trabalhos. 
Quem semeia ventos colhe tempestades. 
Quem te avisa, amigo é. 
Quem tem amigos não morre na cadeia. 
Quem tem boca vai a Roma. 
Quem tem calos não se mete em apertos. 
Quem tem medo, compra um cão. 
Quem tem mulher bonita, castelo na fronteira e
     vinhas na estrada, nunca verá o fim da guerra. 
Quem tem telhados de vidro não atira pedras. 
Quem tem unhas toca viola. 
Quem te roga não lhe vás à boda. 
Quem toca o carrilhão não vá na procissão. 
Quem tudo quer, tudo perde. 
Quem vai a S. Silvestre vai num ano, vem noutro
     e não se despe. 
Quem vai ao mar avia-se em terra. 
Quem vai ao mar perde o lugar. 
Quem varejar antes do Natal, deixa o azeite no olival. 
Quem vê caras não vê corações. 

Ralham as comadres, sabem-se as verdades. 
Rei morto, rei posto. 
Roma e Pavia não se fizeram num dia. 

Saber ouvir é quase saber responder. 
Santos da casa não fazem milagres. 
Se em noite de consoada não há que cear,
     má noite se deve chamar. 
Se não debulhas em Agosto, terás sempre desgosto. 
Se o escorpião visse, e a cobra ouvisse, não havia
     homem que ao campo saísse. 
Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho. 
Se queres a desgraça de Portugal, dá-lhe 3 cheias
     antes do Natal. 
Se queres boa fama, não te demores na cama. 
Se queres bom cabaço, semeia em Março. 
Se queres bom conselheiro, consulta o travesseiro. 
Se queres conhecer o vilão, mete-lhe a vara na mão. 
Se queres ser bom juiz, ouve o que cada um diz. 
Se te queres livrar de um catarral, come uma laranja
     antes do Natal. 
Sem suor e sem trabalho, nenhuma obra é perfeita. 
Sempre que amanhece, o número de parvos cresce. 
Setembro molhado, figo estragado. 
Sol de Março pega como pegamaço e fere como maço. 
Sorte ao jogo, azar ao amor. 

Tal pai, tal filho. 
Tantas vezes vai o cântaro à fonte, que um dia lá fica a asa. 
Teus ouvidos selarás se quiseres viver em paz. 
Toda a culpa tem perdão. 
Todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha. 
Todos os caminhos vão dar a Roma. 
Toma em rapaz o bom caminho que o seguirás em velhinho. 
Trabalho de menino é pouco, mas quem o despreza é louco. 

Trabalho e estudo são companheiros de que ninguém
     canse. 
Trastes velhos e parentes, poucos e ausentes. 
Tristezas não pagam dívidas. 
Tudo a seu tempo, e os nabos no Advento. 

Um cargo é uma carga. 
Um dia o soberbo cai e o humilde sobressai. 
Um pequeno favor cria um devedor; um grande cria um
     amigo. 
Uma desgraça nunca vem só. 
Uma jóia não é polida sem fricção. 
Uns dando mais enriquecem, outros roubando empobrecem. 

Vão-se os anéis, fiquem os dedos. 
Vaso ruim não quebra. 
Vencer ou morrer. 
Vermelho para a serra, chuva na terra; vermelho para
    o mar, calor de rachar. 
Vê-se na adversidade o que vale a amizade. 
Vinho turvo, madeira verde e pão quente são
     3 inimigos da gente. 
Vozes de burro não chegam ao céu. 

Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades.
                                                                                                                     (Fonte: Geocities.com/sania_eq/proverbios.)

A SEGUIR: FINAL

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